Apesar da força do PT em Pernambuco, maioria do PSB deve fechar com Ciro

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O PSB tem seis dias para definir qual caminho seguir durante a campanha eleitoral. A reunião do Diretório Nacional ocorre na próxima semana, mas a tendência de racha assusta os caciques. Com a divisão interna sobre o apoio a Ciro Gomes (PDT), a aliança com petistas ou a neutralidade — que deixaria os diretórios nos estados livres para definir as próprias alianças —, o partido tenta se antecipar aos votos dos dirigentes nacionais para evitar o racha definitivo na reunião, prevista para a próxima segunda (30), em Brasília.
Um levantamento feito pelo Correio revela que, apesar da força política do PT na bancada de Pernambuco, a maioria da legenda tende a fechar aliança com o ex-governador do Ceará. Como não há um consenso, as lideranças de 27 estados decidirão, individualmente, pelo futuro do partido. Ao todo, são 137 votos. Com maior número de dirigentes, Pernambuco soma 19 representantes na reunião e segue a tendência de apoiar o PT. Assim como Acre (2), Bahia (4) e Rio Grande do Norte (1). Apesar da indecisão, a Paraíba não descarta uma possível aliança com o candidato petista.


Em contrapartida, a favor de Ciro estariam Rio Grande do Sul, que reúne 12 dirigentes, Espírito Santo (11), Distrito Federal (10), Minas Gerais (9), Rio de Janeiro (6), Piauí (7) e Goiás (1). Algumas lideranças, inclusive, já declararam apoio ao pedetista. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou ao Correio que acredita que partido vai fechar com Ciro. Na terça-feira (25), o governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), se reuniram em Brasília.
Outros estados têm tendência a seguir pela neutralidade para que cada político faça as próprias coligações de acordo com conveniências regionais. Uma das especulações é que a neutralidade seja uma maneira de evitar um mal-estar dentro da legenda, já que as correntes estaduais são muito fortes. A prioridade da sigla é apostar nas eleições nos estados, ou aumentar a bancada dentro do Congresso.
Para o cientista político Wladimir Gramacho, se o PSB optar pela neutralidade, isso não significa que o partido será prejudicado, pois poderá ser um sócio importante na formação da nova legislatura. “Há políticos de várias inclinações ideológicas. Se Ciro ganhar, o PSB estaria ainda assim no governo. Comporia para dar sustentação legislativa. Assim como, por exemplo, se Marina Silva (Rede) ganhar. O problema é se o eleito for Jair Bolsonaro (PSL), aí as chances diminuem”, explicou.
Segundo Gramacho, faz menos “sentido” o PSB apostar todas as fichas agora em um só candidato. O que indica que a posição do partido, atualmente, é “confortável”. “Todos vão querer o partido em 2019, ainda que ele não queira a todos agora. A sigla vai ser importante no plano nacional, só que, para eles, é mais importante formar uma bancada de numerosos deputados”, opinou.
Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, comentou que, programaticamente, o PSB tem todos os motivos para se aliar a Ciro, porque são partidos de centro-esquerda, com muito mais afinidades que com o PT, por exemplo. “Se o PSB seguir com o pedetista, certamente fechará uma aliança com o PCdoB. A legenda ganharia musculatura e passaria a ser mais competitiva, deixando o PT isolado, sem os potenciais aliados”, complementou. No entanto, acredita que a sigla seguirá na neutralidade, para contemplar todas as lideranças sem causar qualquer mal-estar.


Chances de Lula
Em entrevista concedida ao programa Resenha, da TV Difusora, no Maranhão, no dia 16 deste mês, o candidato do PDT, Ciro Gomes, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, só teria chance de sair da cadeia se ele (Ciro) fosse eleito. “Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”, afirmou Ciro.
Balaio
Estados – Delegados

Acre – 2
Alagoas – 3
Amapá – 4
Amazonas – 3
Bahia – 4
Ceará – 1
Distrito Federal – 10
Espírito Santo – 11
Goiás – 1
Maranhão – 3
Mato Grosso – 1
Mato Grosso do Sul – 1
Minas Gerais – 9
Pará – 2
Paraíba – 6
Paraná – 4
Pernambuco – 19
Piauí – 7
Rio de Janeiro – 6
Rio Grande do Norte – 1
Rio Grande do Sul – 12
Rondônia – 3
Roraima – 2
Santa Catarina – 3
São Paulo – 15
Sergipe – 3
Tocantins – 1
Total geral: 137

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