A base governista está de fato dividida em relação ao processo interno de discussão e avaliação do quadro da sucessão do governador Paulo Câmara em 2022. No mesmo dia em que o líder do Avante, Sebastião Oliveira, lançou a candidatura do secretário da Casa Civil a governador, Zé Neto, quatro parlamentares se manifestaram também favoráveis: Romero Albuquerque (PP), Rogério Leão (PL), Guilherme Uchôa Jr (SC) e a vereadora do Recife, Andreza Romero (PP). Agora, o grupo conta com o apoio público do deputado João Paulo.
Ontem João Paulo deixou claro que não quer o ex-prefeito Geraldo Covidão como candidato ao Palácio das Princesas. Numa sessão da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o ex-prefeito, que governou a cidade do Recife por dois mandatos e ainda fez o sucessor na condição de um dos maiores líderes do PT, estando hoje filiado ao PCdoB, colocou o recheio sucessório num debate técnico.
Disse que sua preferência recai pelo nome de Zé Neto, mas que ficaria de fato também satisfeito e contemplado se a aliança governista lançasse mão do nome do secretário estadual de Saúde, André Longo. “Sou simpático também à Vossa Excelência, caso pleiteie essa missão”, disse o neocomunista, surpreendendo Longo e todos os parlamentares que acompanhavam a sessão, cuja pauta era a extensão da Covid-19 no Estado.
O deputado e ex-prefeito engrossa ainda mais o coro dos políticos da base governista que estão buscando um nome alternativo ao de Geraldo Julio (PSB) para 2022. A manifestação é uma prova mais que irrefutável que Geraldo não é e nunca será unanimidade dentro do bloco governista para se consolidar como candidato único e consensual ao Governo do Estado. Na verdade, o ex-prefeito chegou ao final da sua gestão de oito anos extremamente desgastado, não apenas na opinião pública, pelas sete operações da Polícia Federal de investigação quanto ao desvio de recursos federais da pandemia, mas por ser desagregador.
Basta lembrar que foi ele entrar no Governo de Paulo por uma porta para o então poderoso ex-secretário Antônio Figueira sair pela outra. É necessário lembrar que Figueira mandou e desmandou no Estado desde o primeiro dia da gestão de Eduardo Campos até a chegada de Covidão à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pasta esvaziada, que o escondeu e o tirou, consequentemente, da mídia e da vitrine do debate eleitoral de 22.
A voz de Sebá – Em entrevista ao jornal O Poder, o líder do Avante, Sebastião Oliveira, voltou a falar da candidatura de Zé Neto. “Posicionei-me como porta-voz voz do meu partido, de aliados, de prefeitos, de ex-prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais e de diversas lideranças políticas. Não sei se há uma articulação em curso, pois não dialoguei com ninguém do Palácio do Campos das Princesas sobre esse tema. Zé Neto é detentor de várias qualidades. Assumiu a espinhosa missão de ser o interlocutor político do Governo do Estado com a Assembleia Legislativa, prefeitos, lideranças políticas e secretarias estaduais. O desempenho dele tem sido espetacular e bastante elogiado. É praticamente uma unanimidade no meio político. Preparado, competente, atencioso e suave. Sabe dizer não com ternura. Cumpre o prometido e circula bem, além das fronteiras do PSB e da Frente Popular”, afirmou.
FONTES: Pernambuco em Pauta / Magno Martins
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