Após a eleição do candidato à Presidência da República pelo PSL Jair Bolsonaro, o economista Sérgio Buarque afirmou, em entrevista à Rádio Jornal, que o tom do novo governo vai ser dado após uma concepção interna: seguir pelo lado liberal pregado pelo economista Paulo Guedes ou pelo lado militar, que tende a uma estatização e temem uma reforma da previdência que mude a aposentadores de militares e policiais militares. No discurso após a vitória, Bolsonaro acenou para o liberalismo de Paulo Guedes, mas podem haver entraves criados por discordâncias dentro da própria equipe do futuro governo.
Em relação à reforma da Previdência, Sérgio Buarque afirma que Bolsonaro deveria aceitar a oferta do atual presidente Michel Temer de realizar uma reforma ainda este ano e deixar aspectos menores para tratar no próximo governo. Para o economista, Temer está sendo generoso até demais. O problema é que o futuro ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é contrário ao modelo de reforma sugerido pelo atual governo e quer algo mais complexo e de longo prazo, como a separação entre assistência social e previdência, o que pode dificultar as negociações.
De acordo com Sérgio Buarque, a reforma da Previdência proposta pelo Governo Temer não contempla os militares, em especial os professores militares. E esse é o grande calo da crise nos estados. “Os estados estão falidos e vão bater á porta do governo federal e ele não vai ter dinheiro”, diz.
Frustração nos eleitores
O economista afirma ainda que, apesar da crise financeira ser um dos principais problemas do Brasil, os eleitores de Bolsonaro não estavam pensando em economia no momento em que elegeram. “Os seus eleitores não estão dispostos a sacrifício não. Eles querem soluções simples, indolores, de resultado rápido. E isso eles não vão ter”, diz. “Até uma certa frustração no eleitorado ele vai gerar. Os primeiros meses serão de lua de mel e depois vai ser complicado”, completa.
Privatização
Para Sérgio Buarque, esse é o caminho para uma capitalização do Estado. Além dos gastos com funcionários, o economista acredita que as estatais são fontes de corrupção. “A produção é mais eficiente quando é feita pelo setor privado”, acredita o economista. “O estado tem que ser provedor de bens e serviços públicos e para isso tem que se livrar desses passivos, que são boa parte dessas estatais que estão colocadas aí”, completa.
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