Ministro cumpre promessa e sai do cargo após o diretor-geral da PF ser exonerado
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deixou o cargo nesta sexta-feira (24), em pronunciamento no auditório do Ministério, anunciando a decisão.
Durante a fala, Moro exaltou diversos feitos à frente da pasta. Um deles foi a apreensão de drogas como cocaína e maconha em todo o país, em ações conjuntas com a Polícia Federal. “Buscamos fortalecer a PF e a PRF neste período com aplicação dos concursos existentes”, relembra o agora ex-ministro.
O pedido de demissão vem um dia após o presidente Jair Bolsonaro anunciar a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. O Jornal de Brasília informou a demissão com antecedência.
Nos bastidores, o agora ex-ministro vinha afirmando que deixaria o Ministério da Justiça se Valeixo fosse demitido da PF. Isso porque, na prática, Moro precisa manter alinhadas as ações entre PF e Ministério, o que poderia não mais ocorrer com a troca de cargo.
A exoneração de Valeixo foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na quinta (23). O documento afirma que a demissão foi a pedido do ex-diretor-geral, o que não é confirmado. A medida traz também a assinatura de Moro, mas o agora ex-ministro não assinou o documento.
Um dos nomes cotados para assumir a PF é o do atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
Carta branca x poder de veto
Moro deixa o cargo após um ano e quatro meses. Anteriormente, em novembro de 2018, Bolsonaro afirmou que o ministro teria carta branca para combater a corrupção e o crime organizado.
No início deste ano, no entanto, o tom de Bolsonaro mudou quanto à liberdade do ministro. O presidente continuou com o posicionamento de dar carta branca a Moro, mas passou a enfatizar que tinha poder de veto, e que quem direcionava as ações era ele.
“Todos os meus ministros são tratados de maneira igual. Eu tenho poder de veto, quem dá o norte sou eu.”
FONTE: Jornal de Brasilia
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