Em Serra Talhada, vice-prefeito Márcio Oliveira abre o verbo contra privilégios de Márcia Conrado

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O desconforto, finalmente, tornou-se público. Visivelmente incomodado com a forma de ‘pop star’ que a atual secretária de Saúde, Márcia Conrado, vem sendo tratada na base do governo, o vice-prefeito Márcio Oliveira abriu o verbo nesta quinta (17), durante o programa Frequência Democrática, na rádio Vilabela FM.

Márcio expôs um duro desabafo, mas sincero, dizendo que, “até que provem o contrário” – Márcia Conrado vem se beneficiando do poder econômico da pasta da Saúde para financiar os planos de assumir a cabeça de chapa do grupo nas eleições 2020.

A gente não está concorrendo simplesmente com uma secretária [de saúde]. A gente está concorrendo com um fundo, talvez o maior fundo político do nosso município. Antigamente tínhamos a secretaria de Desenvolvimento Social, que era da mulher do prefeito, porque era por aquela secretaria que se fazia política.Hoje, e se eu tiver errado vocês me digam, a secretaria que a gente tem um retorno maior é a Secretaria de Saúde, não é mais Desenvolvimento Social e não é mais a da Educação”, disparou Márcio Oliveira, apontando o dedo: 

Talvez ela [Márcia] esteja no momento certo no lugar certo. Mas existe essa diferença de estrutura e vou dizer isso – quando me provarem o contrário – ai eu poderia afirmar aqui que eu estava errado”.


Reunião do descarrego

Conversas de bastidores dão conta que Márcia Conrado já é a escolhida pelo prefeito Luciano Duque e que os outros em disputa no grupo estariam apenas compondo peças decorativas em um teatro de muito mau gosto.

Durante a entrevista ao Frequência, Márcio revelou que houve, recentemente, uma reunião interna entre membros da base governista onde os postulantes ao cargo de prefeito reclamaram da disparidade na disputa contra Márcia Conrado.

“A reclamação foi sobre a total diferença de estruturas. Teve sim [esse debate interno]. Relatamos [isso ao prefeito]. Relatamos… Relatamos… Foi questionada essa diferença de estruturas e ela (Márcia Conrado) estava presente [na reunião]. Na reunião eu falei e tiveram outras pessoas que também falaram, mas não vou citar nomes. Cada um que fale por si. Mas há uma desproporção muito grande. O que eu questionei é a total diferença de estrutura para se concorrer, entendeu? A gente não vai ter como analisar se Cristiano Ronaldo é melhor que Neymar ou Messi se Cristiano Ronaldo jogar sozinho, Neymar jogar sozinho e Messi jogar com um time completo. E é isso, mais ou menos, o que está  acontecendo”, desabafou Márcio Oliveira.


Silêncio do prefeito

O vice-prefeito também revelou que, mesmo diante a exposição das insatisfações na última reunião, até este momento Luciano Duque não deu qualquer retorno aos incomodados.

O gestor, neste jogo, deveria agir – tal qual sinalizou Márcio Oliveira – como uma espécie de árbitro para conter os excessos observados nas estratégias de cada um.

Mas até agora não tive retorno dessas reclamações. [Luciano] Não teve uma resposta definitiva. Ficou falado que se ia conversar individualmente, com cada um, mas no processo de escolha onde modificaram-se as coisas agora, são 6 meses para uma escolha, se a gente esperar um mês, ou dois meses, a gente é engolido. Se a gente perde um mês de estrutura a gente é engolido. Claro! Claro! Claro [que eu posso ser engolido]”, disparou Márcio, sem pestanejar.

Crise à vista

Após o duro desabafo do vice-prefeito, ficou evidente que o clima de insatisfação só tende a crescer no campo da situação, principalmente, porque algumas regras – segundo Márcio Oliveira – foram mudadas já durante a disputa. Fato que pode ter comprometido os seus planos políticos.

Outro fato que foi surpresa é que, como se sabe, como teve a eleição [de 2016], ficou aberto para que cada um fizesse o seu trabalho para que lá na frente fosse escolhido [o nome para 2020]. E durante esse processo foi dito que essa escolha seria no final de 2018. A novidade é que esse processo foi prorrogado e que outros entraram como Márcia [no meio do caminho], entre outras pessoas”, sapecou Oliveira, fechando o rosário de lamentos.

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