Um desabafo do organizador do festival ‘Cantando na Concha’, o músico
José Orlando, na noite deste domingo marcou o evento.
Orlando é proprietário de um barzinho na Concha Acústica, área central
da cidade, em verdade o Marco Zero de Serra Talhada, e vem sofrendo com o
exagerado consumo de drogas no local e o trânsito excessivo de motos em um
local que é de circulação proibida para veículos.
Mais que Orlando, sofrem os moradores da histórica praça, que assistem a
degradação da mesma dia a dia.
Em tempos recentes a Concha Acústica figurou como o principal ponto
turístico de Serra Talhada. “A área mais bucólica da cidade”,
comentavam seus moradores e visitantes.
Na praça ficava localizada a sede da
centenária Filarmônica Vilabelense, atelier de artista plástico e, a extinta
Casa da Cultura instalou lá a CASA DO ARTESÃO, que foi inaugurada em 2008 e
funcionou até o final de 2016.
O Município, naquela oportunidade permitiu a administração do espaço
pela Casa da Cultura que realizava mensalmente uma feira de artesanato e a
exibição de filmes, com o projeto ‘Cinema em Todo Lugar’, também foram
promovidas melhorias na praça, como pequenas reformas e pintura do piso.
A partir do final de 2013 a Casa da Cultura perdeu a capacidade de
continuar cuidando do espaço, exatamente por falta de apoio da Prefeitura
Municipal e pouco a pouco a Concha Acústica foi sendo ‘abandonada’ pelo poder
público e agora passa por um processo de degradação, que preocupa os moradores
e a população.
Um movimento vem sendo feito pelos moradores em busca de dar mais
segurança, já que a Concha Acústica transformou-se em local para consumo de
drogas.
“É muito difícil ver pessoas que contribuíram tanto para a Concha e
hoje se quer poder sair na calçada com medo. Os moradores da Concha sequer
estão podendo aproveitar o dia, eles só saem de casa quando há algum evento.
Gostaria de pedir respeito quanto ao uso de maconha e ‘tontos’ que andando de
moto, empinando no meio da concha. Os moradores estão presos em suas próprias
casas. A culpa não é da polícia, tenho um barzinho aqui e eles vêm até aqui
todos os dias, mas nós vamos nos reunir para colocar câmeras de segurança em pontos
estratégicos da praça. Eu mesmo irei instalar”, desabafou José
Orlando na abertura do evento deste domingo.
Alguns moradores são céticos: “a instalação das câmaras vai
servir para dar o sentimento de segurança aos moradores, mas não vai devolver a
condição de ‘cartão postal’ da nossa Concha, é lamentável ver um ambiente como
esse sofrer tanto abandono do poder público”, declarou Tarcisio
Rodrigues, morador da praça, e ele acrescenta: “depois que a Casa da Cultura
teve que fechar a Casa do Artesão e deixou de atuar na Concha, já vimos o poder
público municipal anunciar diversas ações para o local… nenhuma delas saiu do
papel, ficou só na promessa. Até mesmo a sede da Filarmônica, resolveram fazer
uma reforma que não acaba mais… está lá, deteriorada e abandona”,
disse.
Para Rodrigues, é preciso que a Prefeitura marque presença no local, “ocupe o espaço e dê segurança, não só para os moradores, mas
também para os que frequentam o local”, conclui.
FONTE: CADERNO 1
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