PT deve cobrar de Lula fatura pelo desempenho eleitoral

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Dirigentes petistas ouvidos pelo Blog do Camarotti avisam que será necessária uma “imensa avaliação política” da legenda, depois da derrota expressiva das eleições municipais de 2020. E cobram essa fatura do ex-presidente Lula e da presidente da sigla, a deputada Gleisi Hoffmann.


Na manhã dessa segunda-feira (30), o clima era de ressaca no PT. Pela primeira vez desde a redemocratização em 1985, quando elegeu Maria Luiza Fontenelles em Fortaleza, o partido não fez nenhum prefeito de capital. Os petistas lembram que nem no pós-Dilma, em 2016, o desempenho foi tão ruim.


Essa derrota será cobrada de Lula e Gleisi. Essa estratégia eleitoral se mostrou retumbantemente errada. Lançar candidatos nas grandes cidades a despeito de alianças, defender “direitos políticos de Lula”, tudo isso se mostrou um enorme equívoco”, ressaltou um integrante do PT.


O partido terá que fazer uma imensa avaliação de tudo. Há uma queda livre de votos que insiste em não ser percebida por alguns caciques”, completou.


A percepção interna é que o PT deveria ter feito mais alianças com a esquerda e a centro-esquerda, pensando nas eleições de 2022. Dirigentes do partido acreditam que foi um erro não ter fechado aliança no primeiro turno com o PDT de Ciro Gomes, em Fortaleza, e não ter apoiado no primeiro turno o PSOL de Guilherme Boulos, em São Paulo.


Por que o PT insistiu em ficar isolado? Em Belém, onde fez aliança, o PT avançou com a eleição de Edimilson Rodrigues (PSOL) e quase levou em Porto Alegre, com a candidatura de Manuela Dávila (PC do B). Resultado: Boulos virou a referência para o campo da esquerda em 2022”, reforça outro dirigente petista, reconhecendo a dificuldade de renovação na legenda.


Outro erro atribuído ao ex-presidente Lula foi a insistência em lançar a candidatura da deputada Marília Arraes, no Recife, contra João Campos, do PSB, filho do ex-governador Eduardo Campos.


O PT não levou o Recife e ainda perdeu o apoio do PSB para 2022”, lamentou um petista.


FONTE: Magno Martins

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