Mitos de barro não se sustentam

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Os números da pesquisa do Opinião (veja aqui) sobre a eleição em Jaboatão, segundo maior colégio eleitoral do Estado, quebram mitos e viram inverdades em letra morta. A maior delas: a de que os Ferreira, liderados pelo prefeito midiático e exageradamente pedante Anderson Ferreira (PL), seria um castelo de engenharia política sólido para transpor o território pernambucano além da fronteira de Jaboatão.
Deu para perceber que nao é. É, na verdade, um castelo de areia, destruído num sopro de uma delegada, fenômeno eleitoral nas eleições de 2018, que nunca assumiu sequer a condição de pré-candidata a roubar a cadeira e a caneta do gestor exibicionista.
Mitos de barros, como santos que se quebram num descuido de séquitos em procissão, são fáceis de serem erguidos sob o artifício da mentira. Mas não resistem à luz da realidade e da verdade. Anderson posa de gestor moderno, diferenciado, um novo Eduardo Campos tupiniquim. 
Tudo ensaio apropriado para um bom conto de ficção política. A avaliação da sua gestão, extremamente baixa, não deixa dúvidas. Quando uma obra de pedra e cal não existe, mentiras não se sustentam, têm pernas curtas como reza um velho ditado dos nossos avós. 
A derrota anunciada dos Ferreira, grupo gerido no ventre do segmento evangélico, só não se converterá em sangue e chama ardente se a delegada Gleide Ângelo não se atirar como candidata. As chances dela não assumir a candidatura na hora certa se aproximam de zero. É candidatissima, com o apoio velado e entusiasmado do PSB e os arredores do Palácio das Princesas.
Não sou bom de conta, mas os especialistas em projeções aritméticas de voto chegarão a concluir, na ponta do lápis, que a distância que separa a delegada do prefeito vendedor de ilusões, segundo a pesquisa do Opinião, revelará uma surra eleitoral nunca vista na história da então dividida Jaboatão dos Guararapes.
A delegada virou um pesadelo para os Ferreira, a pedra drumondiana no meio do caminho que parece irremovivel. Mais tarde, quando o sol se pôr e o declínio bater à porta, o prefeito, dono de um belo e formidável castelo de areia, provará que a política é o fel que tira o mel do poder.

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