Paulo Câmara acertou na política e inicia disputa em vantagem

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Uma eleição depende de uma série de variáveis para determinar um candidato como favorito, uma delas é a pesquisa, outra é o quesito rejeição, mas a política é fundamental para dizer se um projeto tem viabilidade ou não.

No ano passado, se iniciou um movimento do senador Fernando Bezerra Coelho em tomar o MDB de Jarbas Vasconcelos, se ele conseguisse pegar o maior partido do Brasil teria tempo de televisão de sobra para compor com a oposição e tornar-se candidato a governador de Pernambuco. Independentemente de qualquer ressalva a Fernando, é indiscutível a sua capacidade de trabalho e determinação para atingir seus objetivos. Ciente disso, o Palácio incentivou Raul Henry e Jarbas Vasconcelos lutarem até às últimas consequências para evitarem que o partido fosse para Fernando, e atingiu seu objetivo que era tirar o senador da disputa.

Nas pesquisas anteriores se iniciou uma onda que apontava Marília Arraes como um nome que ameaçava a hegemonia do PSB e que perdurou até a semana que antecedeu as convenções.


O Palácio iniciou uma operação que culminou na sua retirada do páreo, com méritos a serem colocados na conta da articulação política do PSB, que fez uma jogada com reverberação nacional que indubitavelmente foi de tirar o chapéu. 

Com a saída de Fernando e de Marília, o governador garantiu PT e MDB na sua coligação, ficando com o maior tempo de guia eleitoral e de inserções no rádio e na TV. Mas, o principal resultado foi obrigar a oposição a repetir o seu candidato que foi derrotado quatro anos antes. 

Armando Monteiro, apesar de ter suas credenciais e ser um quadro de respeito na política e fora dela, tem suas forças e fraquezas conhecidas pelo PSB, pois o partido já lhe enfrentou e derrotou nas urnas.



Enfrentar Armando Monteiro era o principal objetivo do Palácio, que tinha evidências que seria o melhor adversário por já ter sido derrotado.

Como se não bastasse, Paulo Câmara dividiu a eleição entre o palanque de Lula e o palanque de Temer, pois Armando Monteiro passou a ter em sua chapa dois ex-ministros de Temer, o que naturalmente lhe deu as condições políticas de disputa. 

Se Paulo Câmara estava sendo visto como inviável eleitoralmente por causa do desgaste da sua gestão, as suas chances voltaram a existir pelos sucessivos acertos na política na reta final das convenções. 

A disputa pelo Palácio do Campo das Princesas começa oficialmente amanhã, mas independentemente de pesquisas eleitorais, Paulo Câmara inicia em vantagem porque acertou consideravelmente na política e avançou algumas casas na disputa de 2018.

FONTE: Edmar Lyra

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