Análise: novo sistema do Galo precisa de ajustes, mas dá bons indícios em vitória

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    De virada, o Atlético-MG conquistou mais uma vitória fora de casa no Brasileirão. Diante da Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, o Galo saiu perdendo no fim do primeiro tempo, mas reverteu o resultado na etapa final, com gols de Elias e Otero, e volta para Belo Horizonte com três pontos importantíssimos na bagagem. O triunfo teve o auxiliar Diogo Giacomini no banco de reservas e a reestreia de Clayton, mas a principal novidade foi o novo esquema, com apenas dois volantes e com Valdívia na frente. Em uma análise geral, deu certo. Mas alguns pontos ainda precisam de ajustes.

    Por que deu certo? Alguns números ajudam a explicar. O Galo teve, por exemplo, 58% de posse de bola. Em alguns momentos da partida, inclusive, o número passou de 60%. A presença de Valdívia no time colabora muito para a retenção de bola no ataque atleticano. O "Poko Pika" tem facilidade para driblar, sofre muitas faltas e é mais uma boa opção de passe no terço final do gramado. Teve espaços, finalizou, e ajudou os companheiros abrindo outros espaços. O time foi, também, muito menos refém de cruzamentos, como foi em outras ocasiões. Conclusão: o novo esquema e a presença de Valdívia colaboraram muito com a produção ofensiva do time.

    No ataque, é natural que o time ganhe força com a presença dele, até porque é mais um jogador com característica de drible, armação e finalização. E no meio? O que o Galo perde? É válido lembrar, antes do prosseguimento da análise, que quem saiu do time foi Rafael Carioca, volante vendido para o México. Sem ele, Adilson e Elias ficaram com uma maior responsabilidade defensiva, o que levantou uma preocupação: Elias, com muita facilidade para atacar, vai ficar preso, sem nenhuma liberdade? Não aconteceu. O volante continuou atacando, marcou o primeiro gol do Galo, sofreu a falta que resultou no segundo e foi um dos melhores do time em campo.
    Na marcação, também deram conta do recado. É bem verdade que os dois meias ofensivos que atuam pelos lados ajudam - Luan e Valdívia são muito voluntariosos -, mas a Ponte pouco criou. O problema foi a saída de bola. Especialmente no primeiro tempo, o Galo sofreu muito com a transição entre a defesa e o ataque. Essa era uma das principais características de Carioca e precisa ser encontrada em outros atletas. Adilson em alguns momentos fez bem a função, mas a transição ainda precisa "encaixar" mais.
    O saldo é, sem dúvidas, positivo. O Galo cruzou menos, teve mais opções ofensivas, fez os gols que precisou e venceu o jogo. O ajuste - especialmente do meio-campo - ainda não é o ideal, mas o ideal só é alcançável com muito treinamento. Agora é a hora de Micale insistir no que deu certo e corrigir o necessário.

Fonte: Globo Esporte

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